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História do Pastor da Mantiqueira

 

          O Pastor da Mantiqueira, conhecido como Policialzinho, é uma raça brasileira antiga de cães que teve origem na Serra da Mantiqueira, na região Sudeste do Brasil. Sua origem remonta ao cruzamento de cadelas comuns da região com cães pastores belgas trazidos por imigrantes europeus à região sudeste por volta de 1913.

         Assim se formava a raça Pastor da Mantiqueira, através do cruzamento entre os melhores cães de trabalho, escolhida por estes trabalhadores rurais, mais a seleção natural realizada pela topografia de difícil acesso da Serra, que ainda contribuía contra a chegada de genes exóticos ao plantel da raça devido à dificuldade de acesso da região. Com isto, era formada em poucas gerações uma raça homogênea em suas aptidões de trabalho e em vários aspectos físicos, já que animais que não se enquadravam para o trabalho eram castrados e aproveitados para companhia e guarda de propriedades, uma seleção simples, mas que deu resultado. 

         De acordo com o tempo, foram apurando esses animais que se tornaram menores, mais ágeis, resistentes e rústicos, ficando mais aptos a conduzir a boiada por caminhos em que o peão em seu cavalo tinha dificuldade para chegar, devido ao relevo acidentado com declives muito acentuados da Serra da Mantiqueira. Isso contribuiu para se tornarem populares não apenas entre os imigrantes e seus descendentes, mas também entre os demais trabalhadores e pequenos proprietários rurais da Serra da Mantiqueira.

 

 

 

 

        Apesar da Serra da Mantiqueira localizar-se em território dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, a maior incidência de cães desta raça está em municípios mineiros. As cidades com a maior população da raça em Minas Gerais são os municípios de Virgínia, Passa Quatro, Marmelópolis, Delfim Moreira, Venceslau Brás, Itajubá, Piranguçu, Brasópolis,  Gonçalves, Sapucaí Mirim, Paraisópolis, Conceição dos Ouros,  Cachoeira de Minas, Santa Rita do Sapucaí, Piranguinho, Natércia, Pedralva, São José do Alegre,  Heliodora, Cristina, Maria da Fé e Conceição das Pedras.

        Já em São Paulo os municípios de maior incidência da raça são Monteiro Lobato, São Bento do Sapucaí e Campos do Jordão.

 

 

        Nos últimos anos, a Serra da Mantiqueira tem sofrido uma mudança contínua e permanente em suas atividades econômicas. O gado tem sido substituído pela agricultura, por isso o uso destes cães tem sido cada vez menor, junto a isso, a atividade turística também tem ganhado força na região, atraindo cada vez mais pessoas interessadas em mudar-se de vez para a região, trazendo consigo seus cães. Por isso, a raça pastor da Mantiqueira está sofrendo risco de extinção, seja pela pouca procura de seu talento na pecuária ou pela miscigenação com raças estrangeiras.

       Em 31 de janeiro de 2015, na Chácara da Capetinga em Itajubá/MG, formalizou-se a criação da ABRAPAM - Associação do Cão Pastor da Mantiqueira - com o intuito de proteger, desenvolver e difundir a raça do Pastor da Mantiqueira, patrimônio cultural e zootécnico nacional. 

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